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Foto do escritorMárcia Pinto

Fisioterapia Pélvica e Incontinência Fecal

A incontinência fecal (IF) é a perda involuntária de fezes líquidas ou sólidas e/ou gases.

Estudos demonstram que 50% dos pacientes com IF também sofrem de incontinência urinária, muito associado à disfunção dos músculos do pavimento pélvico.



Causas da Incontinência Fecal


Alterações colo-retais:

  • Doença inflamatória do intestino;

  • Síndrome do colón irritável;

  • Abuso de laxantes;

  • Obstipação crónica.


Sequelas de procedimentos cirúrgicos: Histerectomia.


Traumatismos obstétricos: paridade, laceração esfincteriana, parto instrumental, episiotomia, fase expulsiva prolongada, etc.


Tipos de incontinência fecal


Incontinência Fecal a gases - incontinência a gases devido à incapacidade de diferenciar gases de fezes líquidas ou sólidas

Incontinência Fecal Passiva - perda involuntária de muco líquido ou de fezes sólidas sem o paciente ter a perceção de vontade

Incontinência Fecal de Urgência - incapacidade de conter as fezes quando a vontade é percepcionada, não tem o tempo suficiente para chegar à casa de banho



Qual o papel do pavimento pélvico na incontinência fecal?





O pavimento pélvico trabalha com os músculos do esfíncter anal. Quando os músculos se encontram fortes, o esfíncter anal interno e o pavimento pélvico são automaticamente contraídos, fechando o ânus de forma a evitar perdas.

Geralmente não precisa de pensar em contrair esses músculos. Eles apertam-se com mais firmeza quando ri ou tosse. Se tiver fezes soltas ou precisar de “aguentar”, pode contrair activamente o seu esfíncter anal externo e, se os seus músculos forem suficientemente fortes, deverá conseguir aguentar até chegar a uma sanita. Quando está pronto para ir à casa de banho e se senta, estes músculos relaxam e pode evacuar normalmente.

Se um desses músculos estiverem fracos ou danificados, a incontinência pode ocorrer.


Intervenção da Fisioterapia Pélvica


A intervenção da fisioterapia pélvica na IF começa com a história clínica, avaliação postural e respiratória, avaliação do pavimento pélvico por palpação via vagina e/ou anal.

Na história clínica são realizadas questões sobre o início dos sintomas, frequência, gravidade, consistência das fezes, condições de doenças coexistentes, lesões anteriores, medicamentos e dieta; e perguntas adicionais sobre gravidez e parto. A avaliação postural é importante. Estudos mostraram que distúrbios da curvatura da coluna vertebral e defeitos posturais podem levar ao desenvolvimento de padrões respiratórios anormais e consequentemente levar ao aumento da pressão abdominal adicional, o que afeta negativamente os músculos do pavimento pélvico.

A avaliação do pavimento pélvico inclui avaliação da contração voluntária (dependente da vontade), e da contração involuntária (independente da vontade),que ocorre durante o aumento da pressão intra-abdominal.


Consoante a avaliação, vamos procurar melhorar a função do pavimento pélvico, aumentar a consciencialização postural, muscular e respiratória, melhorar a sensibilidade retal e a função muscular.

As técnicas de reabilitação do pavimento pélvico incluem reeducação intestinal, treino dos músculos do pavimento pélvico, libertação muscular miofascial e técnicas de mobilização do tecido conjuntivo.



Mudanças do estilo de vida


Na educação é importante salientar a importância de uma alimentação saudável e de uma correta ingestão de líquidos.

No treino intestinal deve ser realizado:

  • Definição de um padrão de evacuação intestinal;

  • Técnicas para reduzir o esforço;

  • Postura correta a adoptar no WC (ver imagem);

  • Técnicas de supressão.





A rigidez pélvica influência negativamente a aquisição da posição ideal para defecar, devemos procurar esta através da mobilidade pélvica e respiração diafragmática.



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